Trabalhos Científicos / Aprovados

Título: CORRELAÇÃO ENTRE PESO AO NASCER, AMAMENTAÇÃO E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL AOS SEIS ANOS DE IDADE.
Autores: ÁGATHA DORIGATTI, ISABELLE PADILHA , JEFFERSON TRAEBERT, ELIANE SILVA DE AZEVEDO TRAEBERT
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNISUL - UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Palavras Chave: ALEITAMENTO MATERNO. OBESIDADE INFANTIL. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL.

Introdução: Desde 1975 a prevalência da obesidade quase triplicou e uma a cada três crianças e adolescentes brasileiras está acima do peso. Tal excesso de peso na infância suscita a obesidade na fase adulta, pelas alterações cardiovasculares e metabólicas a longo prazo. De outro modo, a obesidade é evitável e estuda-se se há relação do peso ao nascer e do aleitamento materno com essa doença. Quanto à amamentação, a Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo (AME) nos primeiros seis meses e a amamentação complementada por dois anos. Porém, em 2012, apenas 38% dos bebês menores de seis meses estavam em AME.

Objetivos: Estimar a correlação entre peso ao nascer, amamentação e índice de massa corporal nas crianças de seis anos, no município da Palhoça/SC.

Métodos: Estudo epidemiológico transversal, com dados pertencentes a Coorte Brasil Sul. Formado por um total de 543 crianças de seis anos residentes e matriculadas nas escolas do município e excluídas aquelas com limitações físicas severas. A variável dependente foi o IMC e as independentes foram sexo; etnia; peso ao nascer; amamentando (sim/não); tempo de amamentação e tempo de AME. Foi utilizado o coeficiente de determinação de Pearson, seus respectivos coeficientes de determinação e os critérios de Landis e Koch, sendo considerado significativo os valores de p<0,05. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos.

Resultados: Dos 543 escolares, 52,3% eram do sexo masculino e 84,0% de etnia branca. Com relação à amamentação, 90,8% das crianças foram amamentadas, sendo 39,4% em AME por seis meses, 47,6% amamentadas por menos de seis meses e 13% amamentadas por mais de seis meses. O tempo de amamentação médio foi 18 meses, o tempo de AME médio foi 4,8 meses, o peso ao nascer médio foi 3.285,7g (DP= 556,0g) e o IMC 17,0 (DP= 2,8). O peso ao nascer e o IMC aos seis anos exibiram uma correlação positiva fraca estatisticamente significativa (r= 0,115; p= 0,008), com coeficiente de determinação de R2 = 0,013, isto é, o peso ao nascer explicaria o aumento de 1,3% do IMC aos seis anos. Já o tempo de AME e o IMC aos seis anos tiveram uma correlação negativa fraca estatisticamente significativa (r= -0,103; p= 0,018), com coeficiente de determinação de R2 = 0,011, isto é, o tempo de amamentação exclusiva explicaria diminuição de 1,1% do IMC aos seis anos.

Conclusão: O IMC mostrou-se correlacionado positivamente com o peso ao nascer e negativamente com o tempo de AME.

Referências Bibliográficas: 1. Boletim da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Enfrentando a Obesidade Infantil - Setembro Laranja. Pediatra Atualize-se. 2019;4(2):5-14. 2. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação: obesidade na infância e na adolescência. Departamento de Nutrologia. 2019;(3):13-4. 3. World Health Organzation. Commission on Ending Childhood Obesity. World Health Organzation [serial on the Internet]. 2021 [cited 2022 Jan 22]. Available from: https://www.who.int/end-childhood-obesity/facts/en/ 4. Sociedade Brasileira de Pediatria. Aleitamento materno pode auxiliar na prevenção da obesidade infantil [periódico na Internet]. 2021. [acessado 2022 Jan 15]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/aleitamento-materno-pode-auxiliar-na-prevencao-da-obesidade-infantil/ 5. Corica D, Aversa T, Ruggeri RM, Cristani M, Alibrandi A, Pepe G,et al. Could AGE/RAGE-Related Oxidative Homeostasis Dysregulation Enhance Susceptibility to Pathogenesis of Cardio-Metabolic Complications in Childhood Obesity? Front Endocrinol. 2019;10(426):1-8. 6. Kim JH, Lee SW, Lee JE, Ha EK, Han MY, Lee E. Breastmilk Feeding during the First 4 to 6 Months of Age and Childhood Disease Burden until 10 Years of Age. Nutrients. 2021;13(8):2825-40. 7. Yan J, Liu L, Zhu Y, Huang G, Wang P. The association between breastfeeding and oi childhood obesity: a meta-analysis. BMC Public Health. 2014;14(1267): 1-11. 8. Souza MCM, Araujo SGS, Oliveira ND, Porfirio PA, Silveira ACM, Viera VB. O efeito protetor do aleitamento materno contra a obesidade infantil. Int J Nutrology. 2018;(01)324-7. 9. Palou M, Picó C, Palou A. Leptin as a breast milk component for the prevention of obesity. Nutr Rev. 2018;76(12):875-92. 10. Ma J, Qiao Y, Zhao P, Li W, Katzmarzyk PT, Chaput JP, et al. Breastfeeding and childhood obesity: A 12-country study. Matern Child Nutr. 2020;16:e12984. 11. World Health Organzation [serial on the Internet]. 2021 [cited 2022 Jan 22]. Available from: http://www.who.int/topics/breastfeeding/en/ 12. Stolzer J. Breastfeeding and obesity: a meta-analysis. Open J Prev Med. 2011;1:88–93. 13. Jimenez-Cruz A, Bacardi-Gascon M, Pichardo-Osuna A, Mandujano-Trujillo Z, Castillo-Ruiz O. Infant and toddlers’ feeding practices and obesity amongst low-income families in Mexico. Asia Pac J Clin Nutr. 2010;19:316–23. 14. Traebert J, Lunardelli SE, Martins LG, Santos KD, Nunes RD, Lunardelli AN, et al. Methodological description and preliminary results of a cohort study on the influence of the first 1,000 days of life on the children’s future health. Acad Bras Cienc. 2018;90:3105-14. 15. Ministério da Saúde. Orientações Para a Coleta e Análise de Dados Antropométricos Em Serviços de Saúde : Norma Técnica Do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN / Ministério Da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2011. 16. Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics. 1977;33(1):159-74.

Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES PORTADORES DE PROLACTINOMA EM FLORIANÓPOLIS
Autores: BÁRBARA CRISTINA AMARO ROCHA, LÍGIA RODRIGUES VICENTIN, SHEILA MONTANO VEGA, AMELY PEREIRA SILVA BALTHAZAR
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNISUL - PEDRA BRANCA
Palavras Chave: PROLACTINOMAS. HIPERPROLACTINEMIA. HIPOGONADISMO.

Introdução: Prolactinomas são tumores hipofisários benignos e seus sintomas decorrem principalmente da hiperprolactinemia e consequente hipogonadismo. Nos homens é mais comum a presença de macroprolactinomas, com características mais invasivas e sintomas compressivos, já nas mulheres, os microprolactinomas são mais prevalentes. A Ressonância Magnética é considerada o melhor exame de imagem para avaliação e o tratamento deve ser realizado com drogas agonistas dopaminérgicas. A cirurgia é reservada para casos excepcionais.

Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico de pacientes portadores de prolactinoma atendidos em Florianópolis nos últimos 5 anos.

Métodos: Estudo observacional descritivo de delineamento transversal. A coleta foi feita com 57 prontuários de pacientes com prolactinoma de acordo com critérios de inclusão e variáveis do estudo. Os dados foram tabulados no MS-EXCEL e analisados pelo Software Statistical Package for the Social Sciences. Os dados qualitativos foram transformados em frequência absoluta e relativa e os quantitativos foram analisados por medidas de tendência central com suas medidas de dispersão. Para comparação entre os sexos foi utilizado o teste Qui Quadrado de Pearson.

Resultados: Houve predomínio de homens (52,6%), etnia branca (89,5%) e média de idade de 43,58 anos. As mulheres (M) obtiveram idades médias menores que os homens (H) – 38,56 anos e 48,10 anos, respectivamente. Os sintomas ao diagnóstico no sexo masculino foram disfunção sexual (59,3%), alteração visual (44,4%) e cefaleia (37%) e no sexo feminino amenorreia (70,4%) e galactorreia (40,7%). Houve prevalência da idade ao diagnóstico na faixa etária entre 25-50 anos em ambos os sexos (66,7%H / 63%M). A maioria dos tumores foram macroprolactinomas (86,7%H / 55,6%M). O nível de PRL ao diagnóstico no sexo masculino obteve valores >1000mcg/L (53,8%) e no sexo feminino entre 100-300mcg/L (47,6%). Após o tratamento houve normalização do nível de PRL em 75,9% H e 69,6% M. A compressão tumoral esteve presente em 53,3% nos homens. O tempo de doença no momento da coleta foi ≤ 5 anos em 53,3%H e 40,7%M. Em 98,2% o tratamento realizado foi o medicamentoso. Em 85,5% o tratamento continua em uso até o momento da coleta.

Conclusão: O perfil dos pacientes foi de homens, brancos, com idade em torno de 43 anos e tamanho > 10 mm. Houve um predomínio dos sintomas de hipogonadismo no momento do diagnóstico e quase totalidade dos pacientes foi tratada clinicamente com bom resultado.

Referências Bibliográficas: 1. Snyder PJ. Causes of hyperprolactinemia. UpToDate [Internet]. 2021; Acesso em 15/03/2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/causes-of-hyperprolactinemia. 2. Vilar L, Abuchman J, Albuquerce JL, et al. Controversial issues in the management of hyperprolactinemia and prolactinomas – Na overview by the Neuroendocrinology Department of the Brazilian Society of Endocrinology and Metabolism. Arch Endocrinol Metab. 2018;62(2):236-63. 3. Vilar L. Endocrinologia Clínica. 7th ed. Guanabara Koogan; 2021. 1, Avaliação diagnóstica da hiperprolactinemia; 35-60 p. 4. Gavilanes K, López T, Galarza I, et al. Diagnóstico y tratamiento de prolactinoma. Reciamuc. 2021;5(1):140-47. 5. Yatavelli RKR, Bhusal K. Prolactinoma. StatPearls Publishing [Internet]. Treasure Island (FL). 2022. 6. Soto-Pedre E, Newey P, Bevant, J, et al. The epidemiology of hyperprolactinemia over 20 years in the Tayside region of Scotland: the Prolactin Epidemiology, Audit and Research Study. 2017; Clinical Endocrinology 86, 60–7. 7. Daly A, Beckers A. The Epidemiology of Pituitary Adenomas. Endocrinol Metab Clin N Am. 2020;49(3):347-55. 8. Duskin‐Bitan H, Shimon I. Prolactinomas in males: any differences?. Pituitary. 2019;3(1):52-7. 9. Chanson P, Maiter D. The epidemiology, diagnosis and treatment of Prolactinomas: The old and the new. Best Pract Res Clin Endocrinol Metab. 2019;33(2):101290. 10. Glezer A, Bronstein MD, Feingold KR, et al. Hyperprolactinemia. South Dartmouth [Internet]. 2022; acesso em 17/03/2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25905218/ 11. Snyder PJ. Causes, presentation, and evaluation of sellar masses. UpToDate [Internet]. 2021; Acesso em: 15/03/2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/causes-presentation-and-evaluation-of-sellar-masses 12. Casanueva FF, Molitch ME, Schlechte JA, et al. Guidelines of the Pituitary Society for the diagnosis and management of prolactinomas. Clin Endocrinol (Oxf). 2006;65(2):265-73. 13. Maldaner N, Serra C, Tschopp O, et al. Modern Management of Pituitary Adenomas - Current State of Diagnosis, Treatment and Follow-Up. Praxis (Bern 1994). 2018;107(15):825-35. 14. Maiter D. Management of Dopamine Agonist-Resistant Prolactinoma. Neuroendocrinology. 2019;109(1):42-50. 15. Fernandez A, Karavitaki N, Wass JA. Prevalence of pituitary adenomas: a community-based, cross-sectional study in Banbury (Oxfordshire, UK). Clin Endocrinol (Oxf). 2010;72(3):377-82. 16. Mindermann T, Wilson CB. Age-related and gender-related occurrence of pituitary adenomas. Clin Endocrinol (Oxf). 1994;41(3):359-64. 17. Colao A, Sarno AD, Cappabianca P, et al. Gender differences in the prevalence, clinical features and response to cabergoline in hyperprolactinemia. Eur J Endocrinol. 2003;148(3):325-31. 18. Garzón NF. Caracterización clínica y de laboratorio de los pacientes con diagnóstico de Prolactinoma en el Hospital de Especialidades Eugenio Espejo durante el periodo enero 2015 - enero 2018. Quito: Pontificia Universidad Católica del Ecuador, 2018. 19. Hage C, Salvatori R. Predictors of the Response to Dopaminergic Therapy in Patients With Prolactinoma. J Clin Endocrinol Metab. 2020;105(12): e4558–66. 20. Corrêa BMP, Silva RQ da, Silva VCB, et al. Therapeutic management of hyperprolactinemia: a literature review. RSD [Internet]. 2021;10(15):e106101522554. 21. Valadão AF, Tostes AL, Menezes IB. Amenorreia secundária: revisão das etiologias / Secondary amenorrhea: etiologies review. Braz. J. Develop. 2022;8(1):7857-77. 22. Iglesias P, Arcano K, Berrocal VR, et al. Giant Prolactinoma in Men: Clinical Features and Therapeutic Outcomes. Horm Metab Res. 2018;50(11):791-6. 23. Tella Jr OI, Herculano MA, Delcello R, et al. Adenomas hipofisários não secretantes: Estudo de 36 casos. Arq Neuropsiquiatr. 2002;60(1):106-12. 24. Karatas S, Hacioglu Y, Rakicioglu T. Prolactinoma - which patients react favorably to cabergoline medication?. Endocr Regul. 2022;56(4):279-83. 25. Altuntaş SC, Evran M, Sert M, et al. Markers of Metabolic Syndrome in Patients with Pituitary Adenoma: A Case Series of 303 Patients. Horm Metab Res. 2019;51(11):709-13. 26. Andereggen L, Frey J, Andres RH, et al. First‐line surgery in prolactinomas: lessons from a long‐term follow‐up study in a tertiary referral center. J Endocrinol Invest. 2021;44(12):2621-33. 27. Verhelst J, Abs R, Maiter D, et al. Cabergoline in the treatment of hyperprolactinemia: a study in 455 patients. 1999;84(7):2518-22.

Título: HIPONATREMIA GRAVE COMO APRESENTAÇÃO INICIAL DE SÍNDROME DE SHEEHAN: RELATO DE CASO.
Autores: RAFAELA SILVA LAMÔNICA HADAS, ALESSANDRA ZUCCO, NATHALIA BIANCA DE SOUZA, FELIPE JOSÉ CAVICHIOLI, FRANCIELE DE MOURA GUEDES, JOÃO VITOR DALLA ROSA, ANASTHÁCIA LUIZA LIBANO
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: UNIFEBE - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE
Palavras Chave: SÍNDROME DE SHEEHAN, HEMORRAGIA PÓS-PARTO, HIPOPITUITARISMO

Descrição: P.A.K, 42 anos, mulher, branca, procurou atendimento endocrinológico devido à síndrome do pânico e alteração no sódio de início há 3 meses. Na ocasião, relatou 3 internações recentes e semelhantes, onde foi admitida em pronto atendimento apresentando sintomas psicóticos, diarreia, vômitos, oligúria e hiponatremia grave - sódio 100 mEq/L (136 a 145 mEq/L). Também relatou episódio pregresso semelhante em 2020 - sódio 113 mEq/L. História ginecológica/obstétrica: G3P3A0 - hemorragia uterina importante pós-parto em G2 (2007). Amenorréia desde os 36 anos. Em uso de: Trazodona 50mg/dia, Risperidona 1mg/dia e Clonazepam 2mg/dia. Ao exame físico, se apresentou em regular estado geral, lúcida e orientada, desidratada +/4+, hipocorada ++/4+, emagrecida, sem pilificação corporal, fácies atípica, PA 100/60 mmHg, 52kg, 162 cm de estatura. Exames complementares: TSH 4 mU/L (0,3-4,0 mUI/L ), T4 L 0,55 ng/dl (0,7-1,8 ng/dl), cortisol 6 mcg/dL (5,3-22,5 mcg/dL), DHEA-S 3 ng/dL (120-870 ng/dL), IGF-1 19 ng/mL (101-267 ng/mL), prolactina 3 ng/mL (< 30 ng/mL), E2 < 15 pg/mL (21-300 pg/mL), LH 7 mUI/mL (1,8-89 mUI/mL), FSH 13 mUI/mL (2,8-25 mUI/mL) e ACTH 16 pg/mL (<46,0 pg/mL). RM de sela túrcica - presença de líquor preenchendo 50% da sela e compressão da hipófise, compatível com sela vazia. Dado quadro clínico e exames complementares, confirmado diagnóstico de hipopituitarismo por Síndrome de Sheehan. Iniciada reposição com prednisona VO e, posteriormente com levotiroxina, estradiol e progesterona. Em consulta de seguimento, relata ganho de peso e melhora dos sintomas psiquiátricos.

Considerações Finais: Definida pela primeira vez em 1937, a Síndrome de Sheehan ou necrose hipofisária pós-parto, é uma causa de hipopituitarismo caracterizada pelo vasoespasmo dos vasos portais hipotalâmicos decorrente de hemorragia pós-parto, resultando em perda completa ou parcial das células da hipófise anterior, e raramente da posterior. Essa rara condição costuma apresentar sintomas de hipopituitarismo após um longo período de latência, como no caso em questão. Manifestações menos comuns incluem as neuropsiquiátricas (psicose) e eletrolíticas (hiponatremia). A hiponatremia é um dos sinais da insuficiência adrenal, resultando da secreção em excesso do ADH (hormônio antidiurético) pela neurohipófise, secundária ao déficit de cortisol. Dado os múltiplos diagnósticos diferenciais, destacamos a importância da história pregressa, principalmente obstétrica, na investigação de casos suspeitos.

Referências Bibliográficas: - Laway BA, Baba MS. Sheehan syndrome. J Pak Med Assoc. 2021 Apr;71(4):1282-12568. PMID: 34125791. - Diri H, Karaca Z, Tanriverdi F, Unluhizarci K, Kelestimur F. Sheehan's syndrome: new insights into an old disease. Endocrine. 2016 Jan;51(1):22-31. - Matsuzaki S, Endo M, Ueda Y, Mimura K, Kakigano A, Egawa-Takata T, Kumasawa K, Yoshino K, Kimura T. A case of acute Sheehan's syndrome and literature review: a rare but life-threatening complication of postpartum hemorrhage. BMC Pregnancy Childbirth. 2017 Jun 14;17(1):188.

Título: MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR DE IDOSOS DIABÉTICOS NA REGIÃO SUL NO ANO DE 2022
Autores: ISABELA RAUPP COELHO, NICOLE CÓRDOVA SARTOR, LAURA CEOLIN DE JESUS, GABRIEL CORREA RODRIGUES, JOSÉ LUCAS ANTUNES SIQUEIRA, JOÃO FILIPE FELTRIN CACIATORI
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
Palavras Chave: MORBIMORTALIDADE, IDOSOS, DIABETES MELLITUS

Introdução: A prevalência de diabetes mellitus (DM) cresce rapidamente no mundo, sendo estimado que será a sétima principal causa de morte mundial até 2030¹. Em 2020, mais de 415 milhões de adultos tinham diagnóstico de DM, sendo que no Brasil, a pesquisa nacional de saúde determinou uma maior prevalência na faixa etária de 65 a 74 anos². A DM é uma causa comum de morbidade na população idosa, sendo um contribuinte significativo para mortalidade e redução de expectativa de vida em idosos³. Ademais, a diabetes na terceira idade está relacionada à maior risco de morte prematura e maior associação com outras comorbidades, podendo aumentar o risco potencial de interação medicamentosa nesse subgrupo⁴.

Objetivos: O objetivo do estudo é avaliar a prevalência de internações e óbitos por Diabetes Mellitus em hospitais na região sul no ano de 2022.

Métodos: Estudo descritivo retrospectivo, baseado em dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), que pertence ao Departamento de Informação e Informática do SUS (DATASUS)⁵. A amostra foi composta por número de internações, óbitos e taxa de mortalidade na região sul e no Brasil no ano de 2022 pelo CID-10 de Diabetes Mellitus em pacientes acima de 60 anos.

Resultados: No Brasil, em 2022, foram registradas 70.774 internações por Diabetes Mellitus em pacientes acima de 60 anos, dos quais 4.308 evoluíram para óbito, resultando em taxa de mortalidade de 6,09%. Do total, foram 9.647 internações na região Sul do Brasil, sendo que 581 faleceram, revelando taxa de mortalidade de 6,02%. No estado do Paraná, o número de internações foi de 3.500 com 158 óbitos, o que denota taxa de mortalidade de 4,51%. Em Santa Catarina, houveram 2.076 internações, sucedendo em 146 óbitos, de forma que a taxa de mortalidade foi de 7,03%. No estado do Rio Grande do Sul, por sua vez, foram evidenciadas 4.071 internações e 277 óbitos, descrevendo taxa de mortalidade de 6,80%.

Conclusão: Os dados encontrados demonstram que, apesar da região Sul do Brasil apresentar uma taxa de mortalidade inferior à média nacional, o estado de Santa Catarina está acima da média, com 7,03%, e o Paraná evidencia uma taxa muito inferior, de 4,51%. Portanto, surge a necessidade de avaliar os motivos da discrepância entre essas taxas de internações hospitalares em idosos diabéticos, com a finalidade de ampliar medidas que reduzam a morbimortalidade dos pacientes em Santa Catarina.

Referências Bibliográficas: 1- Mathers, C. D., & Loncar, D. (2006). Projections of global mortality and burden of disease from 2002 to 2030. PLoS Medicine, 3(11), e442. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.0030442 2- Lima AP de, Benedetti TRB, Rech CR, Cardoso FB, Portella MR. Conhecimento e atitude sobre a diatebes tipo 2 em idosos: estudo de base populacional. Ciênc saúde coletiva [Internet]. 2020Feb;25(2):729–40. Available from: https://doi.org/10.1590/1413-81232020252.14662018 3- Sinclair, A. J., Robert, I. E., & Croxson, S. C. (1997). Mortality in older people with diabetes mellitus. Diabetic Medicine: A Journal of the British Diabetic Association, 14(8), 639–647. https://doi.org/10.1002/(SICI)1096-9136(199708)14:8<639::AID-DIA433>3.0.CO;2-C 4- Prado, M. A. M. B. do, Francisco, P. M. S. B., & Barros, M. B. de A. (2016). Diabetes em idosos: uso de medicamentos e risco de interação medicamentosa. Ciencia & Saude Coletiva, 21(11), 3447–3458. https://doi.org/10.1590/1413-812320152111.24462015 5- BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS(DATASUS). Informações de Saúde TABNET. Brasília: DATASUS, 2008. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02. Acesso em: 12 jun. 2023.

Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM ESTEATOSE HEPÁTICA EM CRICIÚMA - SANTA CATARINA
Autores: THAÍS MARSON MENEGUZZO, VINICIUS ALVES PATRICIO, PAULO HENRIQUE PESSOA GHISLANDI, MARINA TONELLO, NATÁLIA VEADRIGO BOSCHETTI
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNESC
Palavras Chave: FÍGADO GORDUROSO; DIABETES MELLITUS; HIPERTENSÃO; COLESTEROL; OBESIDADE

Introdução: A esteatose hepática é definida como o acúmulo excessivo de triglicerídeos nos hepatócitos, e está associada a duas principais condições: a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e a doença hepática gordurosa alcoólica (DHGA).

Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes com esteatose hepática de um ambulatório no extremo sul de Santa Catarina.

Métodos: O presente estudo teve como método a análise de prontuários do serviço de gastroenterologia de uma clínica em Criciúma- SC. Foram incluídos os prontuários de pacientes avaliados com esteatose hepática, sendo coletados as seguintes variáveis: sexo, idade, índice de massa corporal, a presença ou não de Diabetes Mellitus e hipertensão arterial sistêmica, valores de colesterol total, de HDL, de LDL e de triglicerídeos.

Resultados: Esteatose hepática estava presente em 92 pacientes com predominância do sexo feminino (57,6%) e idade média de 53,25 anos. Dentro das comorbidades avaliadas, os principais resultados obtidos foram obesidade classe I (35,9%), hipertensão arterial sistêmica (54,9%), diabetes Mellitus (39,6%) e hipertrigliceridemia (52,9%).

Conclusão: A esteatose hepática é uma doença extremamente comum em pessoas com obesidade, resistência a insulina e hipertensão, fazendo dessa patologia algo extremamente preocupante, uma vez que o risco cardiovascular de pacientes com esses fatores de risco é extremamente alto. Medidas de saúde publica devem ser tomadas imediatamente com intuito de incentivar a prevenção dessas doenças.

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Título: PREVALENCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 EM IDOSOS ATENDIDOS NA CLÍNICA DE GERIATRIA DE UMA UNIVERSIDADE NO SUL DE SANTA CATARINA
Autores: THAÍS MARSON MENEGUZZO, JOÃO GASPAR VIEIRA DE MEDEIROS, LEONARDO DA SILVA SOUZA, MARINA TONELLO, NATÁLIA VEADRIGO BOSCHETTI, DANIELLE DE OLIVEIRA SOUZA, EZEQUIEL OSEIAS SCHULTZ
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNESC
Palavras Chave: GERIATRIA; HIPOVITAMINOSE; VITAMINA B12.

Introdução: Sabe-se que deficiência de vitamina B12 no idoso é potencializada pela sua diminuição da capacidade global de manter a homeostase no organismo. Aliado a uma mucosa frágil, o idoso também possui outros fatores de risco para baixa absorção vitamínica como o uso de Metformina. Tendo em vista as diversas funções metabólicas da vitamina B12 no organismo humano, reconhecer a prevalência dessa deficiência vitamínica é justificada pela possibilidade de suplementação.

Objetivos: Analisar a prevalência de deficiência de vitamina B12 e fatores associados em idosos atendidos na clínica de Geriatria da Universidade do Extremo Sul Catarinense.

Métodos: Realizou-se um estudo transversal com análise de dados secundários de prontuários de idosos atendidos em um ambulatório de geriatria durante o anos de 2021. Foram incluídos aqueles prontuários que preencheram os critérios de inclusão de serem atendidos no ano de 2021 e possuírem valores séricos de vitamina B12 documentados. Os dados foram organizados e analisados no programa SPSS versão 22.0. Para frequências foi usado teste de Shapiro-Wilk (n < 50) e Kolmogorov-Smirnov (n ≥ 50) e para associações os testes de teste t de Student, Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher.

Resultados: Ao total 126 prontuários de idosos foram incluídos, a população apresentou média de idade de 75,21, sendo 78,6% do sexo feminino. A prevalência de deficiência de vitamina b12 foi de 11,9% para valores séricos inferiores a 200 pg/ml e de 55,6% para valores inferiores a 350 pg/ml.

Conclusão: De forma geral, a prevalência de hipovitaminose por B12 nos dois pontos de corte avaliados, 200 pg/ml e 350 pg/ml, foi de 11,9% e 55,6%, respectivamente. Ou seja, avaliando-se uma suposta deficiência assintomática, porem já prejudicial, a prevalência aumentou para mais da metade da população estudada, demonstrando uma necessidade de dosagem sérica da vitamina B12 em idosos, mesmo que nenhum sintoma característico seja relatado. Ademais, conclui-se que variáveis como idade e a utilização de medicamentos para doenças psiquiátricas obtiveram uma significância relevante, quando se associa a deficiência de cobalamina ao ponto de corte de 200pg/ml. Os resultados apresentados no estudo chamam a atenção para a necessidade de novas pesquisas acerca da deficiência subclínica, e de uma abordagem diferenciada aos pacientes geriátricos.

Referências Bibliográficas: 1. BARRIOS, Mariela F; HERNÁNDEZ, Irma G; GÓMEZ, Hortensia GD. Vitamina B12: metabolismo y aspectos clínicos de su deficiencia. Revista Cubana de Hematología, Imunología y Hemoterapia, Havana, v. 15, n. 3, p. 159–174, sep.-dic, 1999. 2. Soh Y, Won CW. Association between frailty and vitamin B12 in the older Korean population. Medicine (Baltimore). 2020 Oct 23;99(43):e22327. doi: 10.1097/MD.0000000000022327. PMID: 33120734; PMCID: PMC7581105. 3. Jacobson DL, Gange SJ, Rose NR, et al. Epidemiology and estimated population burden of selected autoimmune diseases in the United States. Clin Immunol Immunopathol. 1997;84(3):223. 4. Centanni M, Marignani M, Gargano L, Corleto VD, Casini A, Delle Fave G, et al. Atrophic body gastritis in patients with autoimmune thyroid disease: an underdiagnosed association. Arch Intern Med. 1999;159(15):1726. 5. Park JY, Lam-Himlin D, Vemulapalli R. Review of autoimmune metaplastic atrophic gastritis. 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Título: DESCRIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR POR OBESIDADE DO SUS NOS ÚLTIMOS 10 ANOS
Autores: MARIA ANTÔNIA DUTRA NICOLODI, ANA LAURA DAGOSTINI, GERMANO DANIELLI
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Palavras Chave: OBESIDADE; HOSPITALIZAÇÃO; PERFIL DE SAÚDE

Introdução: A obesidade é uma condição multifatorial, crônica e de caráter inflamatório (UpToDate, 2023). A nível global, a prevalência de indivíduos obesos praticamente triplicou na última década. No Brasil 55% dos adultos estão acima do peso normal, sendo 20% obesos (ABESO, 2019).

Objetivos: Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes internados com diagnóstico de obesidade nos últimos 10 anos (2013 - 2022).

Métodos: Estudo epidemiológico, descritivo, quantitativo e retrospectivo, com análise secundária dos dados coletados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS - TabNet/DATASUS (código E66 do CID-10).

Resultados: No período analisado, foram registradas 105.201 internações por obesidade em todo o Brasil. A distribuição do número total de internações, conforme o território brasileiro aconteceu da seguinte maneira: a região Norte acumulou 925 internações (0,87%), o Nordeste 8.793 (8,35%), a região Sudeste 41.753 (39,7%), o Centro-oeste 3.098 (2,94%) e o Sul do Brasil 50.632 (48,12%). As regiões Centro-Oeste e Norte registraram as maiores taxas de mortalidade (TM), 0,45 e 0,43, respectivamente, seguidas pela Sudeste, 0,24, e pelas regiões Nordeste e Sul, ambas com TM de 0,17. A partir disso, verifica-se que TM não acompanha, necessariamente, o número de internações, concentradas em mais de 50% na região Sul. Em relação à categorização do perfil dos pacientes internados, houve predomínio marcado no sexo feminino, com 91.561 mulheres para 13.651 homens, o que resulta em uma proporção de 6,7:1. Os maiores números de internações foram observados nas faixas etárias de 30-49 anos. Em relação à etnia, a raça branca é a que mais apresentou internações (64.575), seguida de parda (23.399).Entre todas as internações, 94.209 foram em caráter eletivo, e 11.003, em caráter de urgência, além disso, 9.051 foram em regime público de atendimento, e 19.830 foram em regime privado, e para outras 76.331, a informação foi ignorada. O valor total dos custos com as internações, em reais, foi de R$ 536.710.722,00. O valor médio por internação foi de R$ 5.101,76.

Conclusão: A elevada proporção de internações por obesidade em nosso território, assim como o valor dos custos, é um problema complexo e que vem aumentando a cada ano. É fundamental aprofundar mais o estudo desta problemática social e saúde e buscar formas mais eficazes de prevenção e tratamento.

Referências Bibliográficas: BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS (Departamento de Informática do SUS). Disponível em: . Acesso em 18 de fevereiro de 2023. MAPA DA OBESIDADE. ABESO, 2019. Disponível em: . Acesso em 28 de fevereiro de 2023. OBESITY IN ADULTS: PREVALENCE, SCREENING AND EVALUATION. UpToDate, 2023. Disponível em: . Acesso em: 20 de fevereiro de 2023.

Título: IMAGEM ÚNICA DA RETINA PARA TRIAGEM DE RETINOPATIA DIABÉTICA: DESEMPENHO DE UM RETINÓGRAFO DIGITAL PORTÁTIL E UM ALGORITMO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Autores: BRUNA MILENE PRIOTTO, FRANCINI HENNIG , FERNANDO MARCONDES PENHA , FERNANDO MALERBI , JOSE AUGUSTO STUCHI
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB)
Palavras Chave: RETINOPATIA DIABÉTICA; INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL; RETINÓGRAFO PORTÁTIL.

Introdução: O rastreio da retinopatia diabética (RD) é essencial para a prevenção da cegueira. No entanto, os protocolos baseados em retinografias de 7 ou 2 campos do fundo de olho não conseguem abranger toda a população. A incorporação de protocolos diferenciados com um dispositivo portátil e um algoritmo de inteligência artificial (IA) podem aumentar a cobertura dos exames.

Objetivos: Avaliar o desempenho de um algoritmo de inteligência artificial (IA) para o rastreamento da retinopatia diabética (RD), comparando imagens de campo único com imagens de dois campos de fundo de olho.

Métodos: As imagens foram adquiridas utilizando um retinógrafo portátil em pacientes diabéticos em um programa de triagem para RD em Blumenau, Santa Catarina, Brasil. Para as análises empregou-se um algoritmo de IA, que utilizou um campo de imagem, focalizada na mácula. As imagens também foram analisadas por um oftalmologista, que utilizou dois campos de imagem, com foco na mácula e na região nasal da retina e disco óptico. Pacientes cujas imagens não permitiram avaliação adequada foram excluídos da análise.

Resultados: Foram examinados 817 pacientes, desses, 685 tiveram suas imagens analisadas (média 59,2 土 13,3 anos, 56,7% mulheres, duração do diabetes 12,1 土 9,4 anos). As taxas de uso de insulina, monitorização diária da glicemia e tratamento para hipertensão arterial foram de 68,4%, 70,2% e 70,2%, respectivamente. 97,3% dos pacientes sabiam do risco de cegueira, porém mais da metade realizaram o primeiro exame de retina durante o estudo. A maioria (82,5%) dependia do sistema público de saúde. Os indivíduos analfabetos ou com ensino fundamental incompleto eram 43,4%. A classificação da RD de acordo com o oftalmologista foi de RD leve, ausente ou não proliferativa em 86,9% dos casos e de RD moderada, severa e proliferativa em 13,1% dos casos. Os percentuais de sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo da IA foram (95% IC) 93,6 (87,8-97,2), 71,7 (67,8-75,4), 42,7 (39,3-46,2) e 98,0 (96,2-98,9), respectivamente.

Conclusão: Os resultados evidenciam sensibilidade na triagem de RD utilizando um algoritmo de IA com o protocolo de análise de campo único, mais simplificado em comparação ao método de duas imagens. Esse protocolo apresenta potencial para ampliar os programas de triagem de RD.

Referências Bibliográficas: Davila JR, Sengupta SS, Niziol LM, Sindal MD, Besirli CG, Upadhyaya S, Woodward MA, Venkatesh R, Robin AL, Grubbs Jr. J, Newman-Casey PA. Predictors of photographic quality with a handheld nonmydriatic fundus camera used for screening of vision-threatening diabetic retinopathy. Ophthalmologica. 2017;238(1-2):89-99. https://doi.org/10.1159/000475773. World Health Organization. Improving diabetes outcomes for all, a hundred years on from the discovery of insulin: report of the Global Diabetes Summit. Geneva: World Health Organization; 2021. Acesso em: 15 abr. 2023. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240038943 International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas 2021. Acesso em: 08 mar. 2023. Disponível em: https://www.diabetesatlas.org/en/sections/demographic-and-geographic-outline.html. Pearce I, Simó R, Lövestam‐Adrian M, Wong DT, Evans M. 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Acesso em: 15 mai. 2023. Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/ranking.

Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES DECORRENTES DE DIABETES MELLITUS EM SANTA CATARINA NO ANO DE 2022
Autores: ISABELA RAUPP COELHO, LARA GOMES RONCONI, JOÃO ÁLVARO LEAL RAUPP, VINÍCIUS ROHDE LANGER, MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA VIEIRA, NELSON BITTENCOURT SCOTTI
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
Palavras Chave: EPIDEMIOLOGIA; INTERNAÇÕES; DIABETES MELLITUS

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença marcada por hiperglicemia crônica decorrente de distúrbios na secreção e/ou função de insulina¹. A DM e suas complicações estão entre as principais causas de mortalidade precoce. Em 2021, cerca de 537 milhões de adultos entre 20-79 anos foram registrados com DM no mundo, com 6,7 milhões de mortes no ano². As mulheres sofrem mais internações, e os homens apresentam maior mortalidade em decorrência da doença³. No Brasil, em 2021 foram registradas 15.733 adultos vivendo com a doença e mortalidade de 214.175 indivíduos entre 20-79 anos².

Objetivos: Avaliar o perfil epidemiológico das internações decorrentes de Diabetes Mellitus em Santa Catarina no ano de 2022.

Métodos: Estudo descritivo retrospectivo, baseado em dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), que pertence ao Departamento de Informação e Informática do SUS (DATASUS)⁴. A amostra foi composta por número de internações, caráter de atendimento, faixa etária, sexo, óbitos e taxa de mortalidade em Santa Catarina no ano de 2022 pelo CID-10 de Diabetes Mellitus.

Resultados: Em Santa Catarina, no ano de 2022, ocorreram 4.625 internações devido à DM, sendo que 104 foram consideradas eletivas, e 4.005 de urgência. Dessas, 183 evoluíram para óbito, cursando com taxa de mortalidade de 4,45%. Quanto ao sexo dos pacientes, 2.121 eram homens, e 82 evoluíram para óbito, denotando taxa de mortalidade de 3,87%, e 1.988 mulheres, sendo que 101 evoluíram para óbito, denotando uma taxa de mortalidade de 5,08%. Ao analisar a idade dos pacientes, constatou-se que 478 eram menores de 19 anos, 1.555 tinham idades entre 20-59 anos, e 2.076 estavam na faixa etária acima de 60 anos. Apenas 1 paciente menor de 19 anos evoluiu para óbito, resultando em taxa de mortalidade de 0,21%. Em contrapartida, ocorreram 36 óbitos na faixa etária entre 20 e 59 anos, e 146 óbitos na população com mais de 60 anos, indicando taxas de mortalidade de 2,32% e 7,03%, respectivamente.

Conclusão: Os dados afirmam que a DM cursa com grande prevalência de internações em Santa Catarina. A maioria das internações foram consideradas de cunho urgente e, diferentemente do previsto, homens apresentaram maiores internações, e mulheres mais óbitos. Dentre as internações e óbitos, ocorreram quantias maiores nos pacientes com faixa etária acima de 60 anos. Essas informações destacam a importância de estratégias preventivas e do manejo adequado do DM, a fim de diminuir as internações e mortes causadas pela doença.

Referências Bibliográficas: 1. Darenskaya MA, Kolesnikova LI, Kolesnikov SI. Oxidative stress: Pathogenetic role in diabetes mellitus and its complications and therapeutic approaches to correction. Bull Exp Biol Med [Internet]. 2021 [cited 2023 Jun 24];171(2):179–89. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34173093/ 2. Diabetesatlas.org. [cited 2023 Jun 24]. Available from: https://diabetesatlas.org/idfawp/resourcefiles/2021/07/IDF_Atlas_10th_Edition_2021.pdf 3. Florêncio RB, de Araújo Fonseca LG, da Silva VFD, Lima ÍNDF, Gualdi LP. Diabetes mellitus hospitalization and mortality rate according to a national database in Brazil: a longitudinal study. BMC Public Health [Internet]. 2021 [cited 2023 Jun 24];21(1):403. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33632201/ 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS(DATASUS). Informações de Saúde TABNET. Brasília: DATASUS, 2008. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02. Acesso em: 20 jun. 2023.

Título: DOENÇA DE MADELUNG: UM RELATO DE CASO
Autores: MARIA ANTÔNIA DUTRA NICOLODI, ANA LAURA GUEDES D’AGOSTINI, ALICIA REGINA ZAMBIASI, THIAGO MALAQUIAS FRITZEN
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Palavras Chave: DOENÇA DE MADELUNG; LIPOMATOSE SIMÉTRICA MÚLTIPLA; LIPOMA; ALCOOLISMO

Descrição: Homem, 69 anos, branco, hipertenso e ex-etilista foi atendido por Endocrinologista em setembro de 2020, com intuito de emagrecer para realizar cirurgia cardíaca. Desde a infância o paciente havia relatado crescimento progressivo de massas difusas no corpo. Relata que seus irmãos também apresentavam achados semelhantes. Ao exame físico: 99,4 kg de peso, com IMC de 38,35 kg/m². A suspeita foi de Doença de Madelung ou Lipomatose Simétrica Múltipla (LSM) e foi realizada avaliação laboratorial geral, US de tireoide, cervical, mama bilateral e abdome, com múltiplas e extensas imagens nodulares. Também possuía TC do pescoço com aumento do tecido adiposo na região cervical alta e dorsal, confirmando o diagnóstico de LSM. Porém, o tratamento cirúrgico foi postergado devido às limitações impostas pela pandemia. A Doença de Madelung é caracterizada pela deposição difusa, simétrica, indolor e idiopática de tecido adiposo subcutâneo (Pinto et al, 2003; Chen; Ni; Yu, 2021). Patologia benigna rara, predomina no sexo masculino de 30 a 60 anos. Etilismo, diabetes mellitus e história familiar são fatores de risco, sendo a ingestão alcoólica diretamente proporcional ao crescimento dos lipomas (Sousa; Rodrigues Fernandes; Rechtman, 2013). Esta condição pode evoluir e restringir os movimentos da cabeça e do pescoço, bem como ocorrem sintomas compressivos no trato aerodigestivo (Pinto et al, 2003). O diagnóstico é feito pela anamnese e exame físico, associado a exames laboratoriais e de imagem, sendo a biópsia, o padrão ouro (Shibasaki et al, 2014). O tratamento é cirúrgico, por ressecção ou lipoaspiração, apesar da classe de medicamentos beta-2 agonistas poder surtir algum efeito por aumento de lipólise adrenérgica (Sousa; Rodrigues Fernandes; Rechtman, 2013). Esse relato expõe o caso de um paciente com Doença de Madelung, em que, apesar da ausência de complicações, implicava negativa e significativamente em sua qualidade de vida, necessitando de um tratamento cirúrgico de custo elevado. Diante dessa impossibilidade, o paciente foi orientado exaustivamente a aderir a prática de exercícios físicos e dieta balanceada, com acompanhamento nutricional, além do reforço positivo para com a cessação do consumo alcoólico.

Considerações Finais: Nesse viés, é importante que pesquisas sobre a patologia sejam desenvolvidas para qualificar os tratamentos pré-existentes, considerando o caráter hereditário e a associação comum com recidivas clínicas.

Referências Bibliográficas: CHEN, K.K.; NI, L.S.; YU, W.H. Madelung disease: A case report. Baishideng Publishing Group, Pleasanton, v. 9, n. 8, p.1983-1988, mar. 2021. PINTO, J.A. et al. Doença de Madelung: relato de casos e revisão da literatura. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo , v. 69, n. 1, p. 136-141, jan. 2003. SOUSA, E.C.; RODRIGUES FERNANDES, F..; RECHTMAN, R. Lipomatose simétrica múltipla. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, São Paulo, v. 28, n. 2, pág. 324-337, jun. 2013. SHIBASAKI, I.I. et al . Multiple symmetrical lipomatosis (Madelung`s disease). Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, São Paulo , v. 80, n. 1, p. 90-91, fev. 2014.

Título: A PREVALÊNCIA DA HORMONIOTERAPIA NÃO ASSISTIDA E AS CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DA POPULAÇÃO TRANSGÊNERO ATENDIDA NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DE FLORIANÓPOLIS.
Autores: RODRIGO COELHO MARTINS, ROSE MARIE MUELLER LINHARES
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - UNISUL
Palavras Chave: PESSOAS TRANSGÊNERO; AUTOMEDICAÇÃO; IDENTIDADE DE GÊNERO.

Introdução: A população transgênero enfrenta dificuldades no acesso aos serviços de saúde. Entre as barreiras, estão as atitudes preconceituosas e a falta de preparo dos profissionais. A disforia de gênero, sentimento de sofrimento causado pela incongruência entre a identidade de gênero e a aparência física, leva a altas taxas de ansiedade, depressão e ideação suicida na população trans. Assim, a transição física é uma forma que essa população encontra para diminuir a disforia de gênero. No entanto, é comum que essa transição física ocorra sem o suporte necessário, como no caso do uso de hormônios. A hormonioterapia deve ser realizada de maneira individualizada, e fazê-la de forma não assistida eleva os riscos à saúde, como aumento do risco de câncer, problemas cardiovasculares, alterações de peso e toxicidade hepática. Logo, uma comunidade repleta de particularidades de necessita de um sistema de saúde inclusivo.

Objetivos: Definir a prevalência da hormonioterapia não assistida e suas possíveis associações com os fatores sociodemográficos da população transgênero atendida em um ambulatório especializado em Florianópolis.

Métodos: Estudo do tipo transversal realizado através da coleta de dados de 485 prontuários eletrônicos da população transgênero atendida no Ambulatório Trans da rede pública de saúde de Florianópolis entre os anos de 2015 a 2021. As informações coletadas foram tabuladas e analisadas e seus resultados foram descritos e apresentados sob a forma de tabelas.

Resultados: A prevalência da hormonioterapia não assistida entre a população estudada foi de aproximadamente 31,8%, valor este que se destacou entre mulheres trans e travestis quando comparadas ao grupo de homens trans (RP=3,652; IC:2,712 – 4,918). Além disto, foi identificado que a automedicação hormonal foi maior também entre o grupo de pessoas com trabalho informal, que não receberam apoio familiar e que possuíam um menor contato com profissionais da área da saúde.

Conclusão: A prevalência da hormonioterapia não assistida sofreu variações conforme identidade de gênero, ocupação, apoio familiar recebido e contato com o sistema de saúde. Sendo que este número foi maior entre o grupo de mulheres trans e travestis, com trabalho informal, que não receberam apoio familiar e que não tiveram questões sobre suas identidades de gênero trabalhadas com profissionais da saúde fora do ambulatório transgênero.

Referências Bibliográficas: 1 - Thé AC, Vasconcellos FL, Diniz ET. Abordagem Clínica ao Paciente Transgênero. In: Vilar L. Endocrinologia Clínica. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2021. p.1102-14. 2 - Corrêa FHM, Rodrigues BB, Mendonça JC, Cruz LR da. Pensamento suicida entre a população transgênero: um estudo epidemiológico. J bras psiquiatr. janeiro de 2020;69(1):13–22. 3 - Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. [acesso em 2021 Set 05]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf . 4 - Rocon PC, Wandekoken KD, Barros MEB de, Duarte MJO, Sodré F. Acesso à Saúde Pela População Trans no Brasil: Nas Entrelinhas da Revisão Integrativa. Trab educ saúde. 2020;18(1):1-18. 5 - TODXS. Cartilha de Saúde LGBTI+: políticas, instituições e saúde em tempos de COVID-19. Brasília: UNAIDS; 2021. [acesso em 2021 Set 05]. Disponível em: https://unaids.org.br/wp-content/uploads/2021/04/2021_04_16_CartilhaSaudeLGBT.pdf . 6 - Nascimento FK, Reis RA, Saadeh A, Demétrio F, Rodrigues ILA, Galera SAF, et al. Brazilian transgender children and adolescents: Attributes associated with quality of life. Rev Latino-Am Enfermagem. 2020;28(1):1-13. 7 - World Health Organization - WHO. WHO/Europe brief – transgender health in the context of ICD-11. [acesso em 2021 Set 05]. Disponível em: https://www.euro.who.int/en/health-topics/health-determinants/gender/gender-definitions/whoeurope-brief-transgender-health-in-the-context-of-icd-11 . 8 - Owen-Smith AA, Gerth J, Sineath RC, Barzilay J, Becerra-Culqui TA, Getahun D, et al. Association Between Gender Confirmation Treatments and Perceived Gender Congruence, Body Image Satisfaction, and Mental Health in a Cohort of Transgender Individuals. The Journal of Sexual Medicine. abril de 2018;15(4):591–600. 9 - Adauy A, Sandoval J, Ríos R, Cartes A, Salinas H. Terapia hormonal en persona transgénero según world professional association for transgender health (WPATH) (1) y guías clinicas de la endocrine society. (2). Rev Chil Obstet Ginecol. 2018;83(4):426-41. 10 - Krüger A, Sperandei S, Bermudez XPCD, Merchán-Hamann E. Characteristics of hormone use by travestis and transgender women of the Brazilian Federal District. Rev bras epidemiol. 2019;22(1):1-13. 11 - World Professional Association for Transgender Health (WPATH). Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com variabilidade de gênero. 2012. [acesso em 2021 Set 07]. Disponível em: https://www.wpath.org/media/cms/Documents/SOC%20v7/SOC%20V7_Portuguese.pdf 12 . 12 - Fernandez JD, Tannock LR. Metabolic Effects Of Hormone Therapy In Transgender Patients. Endocrine Practice. abril de 2016;22(4):383–8.

Título: O PAPEL DOS NÍVEIS HORMONAIS DE TESTOSTERONA NA SUSCETIBILIDADE E GRAVIDADE DA COVID-19: UMA REVISÃO ABRANGENTE.
Autores: GABRIELA ALVES DE OLIVEIRA, BRUNA MONTEIRO SANCHES, CAMILA MARIA ESCARDILLE YOSHITANI, DAVI CORREA PEREIRA, ESTER PELEGRINE SILVA, GABRIELA CORREA ALBERTI, JANUÁRIO FRANCISCO DE OLIVEIRA CAVALCANTE
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE PARANAENSE
Palavras Chave: COVID-19, TESTOSTERONA, GRAVIDADE

Introdução: A COVID-19 revelou diferenças na suscetibilidade e gravidade da infecção em diferentes pacientes. Estudos examinaram possíveis explicações e apontaram uma relação com os níveis dos hormônios sexuais, especialmente a testosterona, sendo que homens com níveis reduzidos de testosterona estão associados a piores desfechos clínicos. Neste resumo, revisamos o papel dos níveis hormonais na COVID-19, explorando os mecanismos que influenciam a resposta imune e os desfechos clínicos.

Objetivos: Investigar a relação entre os níveis de testosterona como marcador de gravidade na COVID-19 por meio de uma revisão sistemática.

Métodos: Realizamos uma revisão abrangente da literatura científica, permitindo um resumo dos estudos disponíveis sobre os níveis hormonais na COVID-19.

Resultados: A análise revelou associação entre os níveis de testosterona e a gravidade e suscetibilidade da COVID-19, sendo que homens com níveis mais baixos de testosterona têm maior risco de infecção e formas mais graves da doença. Salciccia et al. (2021) identificou uma relação entre baixos níveis de testosterona e maior duração dos testes positivos de COVID-19 em pacientes hospitalizados, sugerindo essa possível relação. A testosterona afeta a resposta imunológica, influenciando a produção de citocinas pró-inflamatórias e a regulação da resposta imune celular, de modo que níveis mais elevados desse hormônio podem ter efeito protetor, reduzindo a resposta inflamatória e limitando a progressão da doença. Porém, essa relação é influenciada por outros fatores como idade, já que a senescência, obesidade e outros fatores estão associadas a níveis mais baixos de testosterona e maior gravidade da COVID-19. Toscano-Guerra et al. (2022) também observou associação entre os níveis de testosterona e a taxa de mortalidade em homens com COVID-19, além da reversão de sinais de inflamação excessiva e disfunção imunológica, propondo fatores envolvidos, como mudanças nos níveis de LH e androstenediona circulantes, e dano irreversível nas células de Leydig.

Conclusão: Embora haja indícios da associação entre níveis hormonais de testosterona e COVID-19, existem lacunas nessa relação. Mais pesquisas são necessárias para compreender os mecanismos subjacentes dessa relação ao longo prazo para assim, identificar indivíduos de maior risco, implementar estratégias de tratamento personalizadas e explorar abordagens terapêuticas adjuvantes.

Referências Bibliográficas: SALCICCIA, S. et al. Modeling the Contribution of Male Testosterone Levels to the Duration of Positive COVID Testing among Hospitalized Male COVID-19 Patients. Diagnostics, v. 11, n. 4, p. 581, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.3390/diagnostics11040581. Acesso em: 25 jun. 2023. TOSCANO-GUERRA, E.; MARTÍNEZ-GALLO, M.; ARRESE-MUÑOZ, I. et al. Recovery of serum testosterone levels is an accurate predictor of survival from COVID-19 in male patients. BMC Med, v. 20, n. 129, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12916-022-02345-w. Acesso em: 25 jun 2023.

Título: SLEEP QUALITY MEASURED BY SELF-REPORTED AND ACTIGRAPH AMONG BRAZILIAN SHIFT WORKING WOMEN
Autores: HELOISA THEODORO, JANAÍNA CRISTINA DA SILVA, FULVIO CLEMO SANTOS TOMASELLI, KARINA GIANE MENDES, DIEGO GARCIA BASSANI , MARIA TERESA ANSELMO OLINTO
Categoria: Prospectivo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
Palavras Chave: SLEEP, WOMAN, HEALTH

Introdução: The quality of sleep is very important determinant of health in shift workers. Many mental diseases may appear in this population.

Objetivos: To explore the association between Common Mental Disorders (CMD) and sleep quality in female shift workers in Southern Brazil measured objectively through actigraphy and also using self-reported data.

Métodos: A cross-sectional study was conducted with 450 women that answered the questionnaire among them 278 women also used actigraph. CMD were assessed by the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Self-reported sleep disturbance was measured using the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) scale. Sleep quality parameters were measured with actigraphy for 48 consecutive hours. Prevalence ratios and their respective 95% Confidence Intervals were estimated using Multinominal logistic regression.

Resultados: Prevalence of sleep disturbance was 9.7% (CI 95% 6.9; 12.4) and CMD was 47.3% (CI 95% 42.7; 52.0) in all sample. Adjusted models suggest that sleep disturbance was associated with women aged from 31 to 40 years old, night shift work, former smoker status, eating less than 3 meals per day and strongly associated with positive screening for CMD and worse self-perceived health category. However, CMD did not present a statistically significant association with objective sleep quality parameters measured by actigraph. Adjusted analysis with sleep efficiency demonstrated that women who worked in the afternoon had less prevalence of the sleep duration less then 7 hours when compared with morning workers. In addition, women who worked in the afternoon or at night shifts had more prevalence of 10 or more awakening during the sleep than women working in the morning.

Conclusão: Our study found a high prevalence of CMD in women shift work. Self-reported sleep disorders obtained a strong association with CMD, however, when compared with the objective data collected by actigraph, this association was not observed. So we may infer that psychiatric problems can alter the actual perception of shift workers regarding sleep quality.

Referências Bibliográficas: ANGERER, P. et al. Night Work and the Risk of Depression. Deutsches Arzteblatt international, v. 114, n. 24, p. 404–411, 2017. LEE, A. et al. Night Shift Work and Risk of Depression: Meta-analysis of Observational Studies. J Korean Med Sci, v. 32, pp. 1091-1096, 2017. CHENG, W.J.; CHENG, Y. Night shift and rotating shift in association with sleep problems, burnout and minor mental disorder in male and female employees. Occup Environ Med, v. 74, pp. 483–488, 2017.

Título: AVALIAÇÃO DO USO DE INIBIDORES DO COTRANSPORTADOR SÓDIO-GLICOSE 2 NO OSSO ESPONJOSO DE RATOS NÃO DIABÉTICOS
Autores: JANAINA DA SILVA BOMBONATO, BÁRBARA LOPES BOMFIM, ANA ELISA REBESCHINI DE MARCHI, WILSON ROMERO NAKAGAKI
Categoria: Prospectivo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA (UNOESTE)
Palavras Chave: OSSO ESPONJOSO; INIBIDORES DE SGLT2; DIABETES MELLITUS.

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma das síndromes que mais acomete a população e os inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT-2) pertencem a uma classe de medicamentos hipoglicemiantes orais que tem ganhado espaço no tratamento dessa doença. Há evidências na literatura demonstrando que esta classe promove perda de massa óssea (KANEKO; NARUKAWA, 2019; ZHANG et al., 2021). Entretanto, não se sabe se o comprometimento ósseo é provocado exclusivamente pelo medicamento ou pela doença ou por ambos, desde que pacientes diabéticos podem apresentar comprometimento ósseo e, assim, ter maior risco de fratura. Então, é necessário analisar os medicamentos isoladamente, sem a diabetes instalada.

Objetivos: Analisar se o uso de inibidores de SGLT2 poderá promover comprometimento da arquitetura óssea em ossos de ratos sadios.

Métodos: Os ratos foram divididos em 4 grupos: controle, dapagliflozina, canagliflozina e empagliflozina e foram submetidos a gavagem uma vez ao dia durante 8 semanas. Foram realizadas medidas das dimensões anatômicas e mensuradas a espessura, a área e a fração área das trabéculas da epífise proximal de cortes histológicos corados com hematoxilina-eosina de fêmures de ratos sadios submetidos ao uso de dapagliflozina, empagliflozina e canagliflozina. Além disso, também foi realizada a observação histológica qualitativa dos referidos cortes (protocolo CEUA 7236; processo FAPESP 2022/11737-3).

Resultados: Não foram observadas diferenças estatísticas para as medidas anatômicas do osso íntegro e para medidas de área e de fração área trabecular. Entretanto, o grupo controle apresentou maior espessura trabecular (114µm ± 13,4) quando comparado aos grupos Dapa (79,7µm ± 8,1), Cana (89,1µm ± 11,5) e Empa (77,3µm ± 10,3). A observação das lâminas demonstrou que as trabéculas ósseas do grupo controle eram mais largas e mais curtas quando comparado com os demais grupos, que apresentaram trabéculas mais delgadas e mais longas, demonstrando uma área total óssea semelhante entre os grupos analisados conforme verificado na morfometria da área trabecular.

Conclusão: Os inibidores de SGLT2 promovem alterações na arquitetura do osso esponjoso em ratos sadios, não submetidos aos efeitos ósseos da DM, demonstrando que essa classe de medicamentos pode promover comprometimento ósseo.

Referências Bibliográficas: KANEKO, M.; NARUKAWA, M. Effects of Sodium-glucose Cotransporter 2 Inhibitors on Amputation, Bone Fracture, and Cardiovascular Outcomes in Patients with Type 2 Diabetes Mellitus Using an Alternative Measure to the Hazard Ratio. Clinical Drug Investigation, v. 39, n. 2, p. 179–186, fev. 2019. ZHANG, Y.-S. et al. Effects of Anti-Diabetic Drugs on Fracture Risk: A Systematic Review and Network Meta-Analysis. Frontiers in Endocrinology, v. 12, p. 735824, 2021.

Título: PREVALÊNCIA DE CETOACIDOSE DIABÉTICA NA APRESENTAÇÃO INICIAL DE DIABETES MELLITUS TIPO I EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ENTRE 2018 E 2021 EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA
Autores: FERNANDO MOLON BRAZ, AMABILE RODRIGUES ALVES, ROSE MARIE MUELLER LINHARES
Categoria: Retrospectivo
Instituição de Ensino: UNISUL-PB
Palavras Chave: CETOACIDOSE DIABÉTICA; DIABETES MELLITUS TIPO 1; CRIANÇA

Introdução: O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença metabólica autoimune caracterizada pela ausência de produção de insulina. A cetoacidose diabética (CAD) é uma complicação grave do DM1 e a principal causa de hospitalização e óbito em crianças e adolescentes com diabetes além de estar está associado a riscos aumentados de complicações, custos médicos mais altos e controle glicêmico deficiente.

Objetivos: Analisar a prevalência de cetoacidose diabética (CAD) e fatores associados na apresentação inicial de diabetes mellitus tipo 1 (DM1) em crianças e adolescentes entre 2018 e 2021 em um serviço de emergência pediátrica.

Métodos: Estudo transversal, com análise caso-controle, que incluiu 124 pacientes menores de 18 anos com diagnóstico de DM1. Os dados coletados em prontuários eletrônicos incluíram: presença e gravidade da CAD, sexo, idade, origem, etnia, sintomas pré-diagnóstico de DM1, tempo de evolução dos sintomas, número de consultas médicas e diagnósticos diferenciais realizados, histórico familiar de DM1, glicemia, bicarbonato, hemoglobina glicada, cetonúria, glicosúria, autoanticorpos, necessidade de cuidados intensivos e doenças autoimunes associadas. Como medida de associação, utilizou-se razão de chances, com intervalo de confiança de 95%.

Resultados: Dos 124 pacientes analisados, verificou-se que 58,9% foram diagnosticados com DM1 durante um episódio de CAD, com média de idade de 8 anos. História familiar presente se mostrou um fator de proteção (RC 0,332; IC 0,114-0,970) para CAD. Os sintomas associados à CAD foram náusea e vômito, dor abdominal e outros. Apenas os pacientes com CAD apresentaram taquidispneia, alteração do nível de consciência, prostração e febre. Houve associação com tempo de evolução dos sintomas.

Conclusão: A CAD foi frequente no momento do diagnóstico de DM1. Os principais fatores associados foram história familiar de DM1, tempo de evolução dos sintomas e presença de sintomas gastrointestinais. Observa-se a importância da implementação de campanhas de conscientização, com o propósito de diagnóstico precoce do DM1, prevenção e tratamento adequado da CAD.

Referências Bibliográficas: 1. Chiang JL, Kirkman MS, Laffel LM, Peters AL; Type 1 Diabetes Sourcebook Authors. Type 1 diabetes through the life span: a position statement of the American Diabetes Association. Diabetes Care. 2014;37(7):2034-54. 2. Insel RA, Dunne JL, Atkinson MA, Chiang JL, Dabelea D, Gottlieb PA et al. Staging presymptomatic type 1 diabetes: a scientific statement of JDRF, the Endocrine Society, and the American Diabetes Association. Diabetes Care. 2015;38(10):1964-74. 3. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. São Paulo: SBD, 2019 [acesso em 2 set 2021]. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf 4. Federação Internacional de Diabetes. IDF Diabetes Atlas, 9ª ed. Bruxelas, Bélgica: 2019 [acesso em 30 ago 2021]. Disponível em: https://www.diabetesatlas.org 5. Duca LM, Wang B, Rewers M, Rewers A. Diabetic ketoacidosis at diagnosis of type 1 diabetes predicts poor long-term glycemic control. Diabetes Care. 2017;40(9):1249–55. 6. Wolfsdorf JI, Glaser N, Agus M, Fritsch M, Hanas R, Rewers A, Sperling MA, Codner E. ISPAD Clinical Practice Consensus Guidelines 2018: Diabetic ketoacidosis and the hyperglycemic hyperosmolar state. Pediatric Diabetes. October 2018; 19 (27): 155–77. 7. Saydah SH, Shrestha SS, Zhang P, Zhou X, Imperatore G. Medical costs among youth younger than 20 years of age with and with-out diabetic ketoacidosis at the time of diabetes diagnosis. Diabetes Care. 2019;42(12):2256–61. 8. Aye T, Mazaika PK, Mauras N, Marzelli MJ, Shen H, Hershey T, et al. Impact of early diabetic ketoacidosis on the developing brain. Diabetes Care. 2019;42:443–9. 9. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Nº 221, de 17 de Abril de 2008. Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária. Brasília; 2008 [acesso em 20 ago 2021]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2008/prt0221_17_04_2008.html 10. Souza LC, Kraemer GC, Kaliski A, Carreiro JE, Cat MN, Lacerda L, et al. Cetoacidose diabética como apresentação inicial de diabetes tipo 1 em crianças e adolescentes: estudo epidemiológico no sul do Brasil. Rev Paul Pediatr 2020; 38:e2018204. 11. Bogale KT, Hale DE, Schaefer E, Krishna BK. Prevalence and factors associated with diabetic ketoacidosis at diagnosis of type 1 diabetes: A report from a tertiary medical center in Central Pennsylvania. Endocrinol Diabetes Metab. 2020;4(2):e00186. 12. Duca LM, Reboussin BA, Pihoker C, Imperatore G, Saydah S, Mayer-Davis E, Rewers A, Dabelea D. Diabetic ketoacidosis at diagnosis of type 1 diabetes and glycemic control over time: The SEARCH for diabetes in youth study. Pediatr Diabetes. 2019;20(2):172-9. 13. Zhang M, Wang X, Wang R, Shu J, Zhi X, Gu C, Pu L, Cai C, Yang W, Lv L. Clinical study of autoantibodies in type 1 diabetes mellitus children with ketoacidosis or microalbuminuria. J Clin Lab Anal. 2022;36(1):e24164. 14. American Diabetes Association. 4. Lifestyle management. Diabetes Care. 2017;40(1):S33-43. 15. Puñales M, Chen S, Mantovani R, Gabbay M, Lamounier R, Bertoluci M. Rastreamento de comorbidades autoimunes no DM1. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2022 [acesso em 09 out 2022]. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/rastreamento-de-comorbidades-autoimunes-no-dm1/#citacao 16. Hughes JW, Riddlesworth TD, DiMeglio LA, Miller KM, Rickels MR, McGill JB, et al. Autoimmune diseases in children and adults with type 1 diabetes from the T1D exchange clinic registry. J Clin Endocrinol Metab. 2016 Sep 27;101(12):4931-7.

Título: AGRANULOCITOSE ASSOCIADA AO USO DE TIAMAZOL E ANGINA DE LUDWIG: RELATO DE CASO
Autores: LUCAS PEREIRA DOS SANTOS , LUKÉSSIA DI PAULA PEREIRA DOS SANTOS
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU DE BARREIRAS ( UNINASSAU BARREIRAS)
Palavras Chave: AGRANULOCITOSE, ANGINA DE LUDWIG, TIAMAZOL

Descrição: Paciente do sexo feminino, 46 anos, deu entrada em UTI com quadro de odinofagia, febre, lesões cutâneas em membros, eritema e edema em região cervical há 8 dias. Relata que vem apresentando tosse seca, episódios de desconforto respiratório e fadiga há 1 mês. Fez uso de amoxicilina, sem melhora do quadro. Refere diagnóstico de hipertireoidismo há 3 meses e início do uso de tiamazol 10 mg/dia. Ao exame físico geral, encontrava-se em regular estado geral, lúcida, orientada, anictérica, acianótica e afebril. Taquicárdica, hipotensa e taquipneica, em uso de cateter nasal de oxigênio (2L/min). Ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações. Na oroscopia, evidenciou-se tonsilite eritematosa, lesões aftosas em gengiva, edema de úvula, monilíase em língua, trismo e cárie dentária. Em região cervical anterior, apresentava edema e eritema difuso. Extremidades contendo algumas lesões ulcerosas cutâneas. Realizou hemograma que mostrou leucopenia importante: 500/mm3. Foi elencada hipótese diagnóstica de agranulocitose associada ao uso de tiamazol e angina de Ludwig. Em poucas horas da admissão, paciente evolui com sudorese, lipotimia, hipotensão grave e refratária à reposição volêmica e uso de drogas vasoativas, taquicardia sinusal ( FC: 132 bpm) e taquipneia ( FR: 40 irpm). Foi submetida à traqueostomia, apresentou queda da oximetria, ventilação restritiva e instabilidade hemodinâmica, evoluindo para óbito. A agranulocitose predispõe o desenvolvimento de infecções bacterianas e sepse, com risco de morte em 5 a 15% dos casos. É sabido que esse é um efeito colateral incomum, mas de grande relevância do uso das tiouréias. Ocorre em 0,2 a 0,3% dos pacientes, independentemente da idade, dose e duração do tratamento. A angina de Ludwig corresponde a uma celulite infecciosa grave de rápida progressão no assoalho oral. Pacientes com comprometimento sistêmico e imunossuprimidos são mais suscetíveis. Se não for reconhecida de forma precoce, pode ser fatal e complicar com septicemia e asfixia por expansão do edema dos tecidos moles do pescoço, comprometendo as vias aéreas.

Considerações Finais: Assim, é possível concluir que a agranulocitose é um efeito colateral de grande importância, podendo predispor complicações, como a angina de Ludwig. Dessa forma, o diagnóstico e terapêutica precoces são fundamentais para evitar desfechos desfavoráveis. É importante que o médico oriente o paciente em uso de tiamazol quanto à reavaliação clínica, caso venha apresentar sinais e sintomas de alarme.

Referências Bibliográficas: 1-Ferreira, A.L. Alterações hematológicas induzidas por medicamentos. Faculdade de Farmácia da UFMG [internet], 2010. [ Acesso em julho de 2023]; Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-97JQ3A/1/monografia2011.pdf. 2- Zambrana, J. T. et al. Agranulocitose e tonsilite associadas ao uso de metimazol. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia [internet], 2005 [Acesso em julho de 2023]; v. 71, n. 3, pp. 374-377. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-72992005000300019. 3-Corrêa, S.E.A, Silva, A.L.C, Lima, I.D.A, Fonseca, L.C.M, Silva, A.P. Etiologia, diagnóstico e tratamento da Angina de Ludwig- Revisão de literatura. Research, Society and Development [internet], 2022 [ Acesso em julho de 2023]; v.11, n.4, e2811426934. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/26934/23635/316275.

Título: HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO (HP): RELATO DE CASO EM PACIENTE JOVEM
Autores: SHEILA MONTANO VEGA, GABRIEL GUILHERME PEREIRA, IGOR HENRIQUE BISELLO, IGOR TIOSSO BATISTETTI, MAISA SANI, MARIANA FRASSETTO VELHO, RAFAEL NOGARETTI MIGUEL, VINICIUS DA SILVA LORENS, THAIS ANGNES
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE CATARINA (UNISUL)
Palavras Chave: HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO; HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA; NÓDULO ADRENAL.

Descrição: Mulher, 35 anos, HAS há 1 ano e HF de HAS, em uso de enalapril 20 mg/dia, anlodipino 5 mg 2x/dia, metoprolol 50 mg/dia e KCl 600 mg sob demanda. Chegou à emergência do HGCR em 2018 com paresia de início súbito em MMSS e MMII há 2 dias, sendo internada com K de 2,1 mEq/L e CK de 2335 U/L. Realizou hidratação e reposição de K, com melhora do quadro. Na ocasião, trouxe exames realizados no dia anterior, com Mg de 1,0 mg/dL, Na de 134,3 mEq/L e K de 2,15 mEq/L. Levantou-se a suspeita de HP. Foi encaminhada para acompanhamento ambulatorial, liberada com KCl 1 cp 3x/dia e solicitação de exames para investigação. No seguimento clínico, trouxe TC de abdome evidenciando nódulo hipodenso em adrenal E de 2,3 x 1,8 cm, baixo coeficiente de atenuação (-6 HU), possível adenoma, com discreto espessamento da glândula e exames lab.: aldosterona basal 22,9 ng/dL; renina basal < 0,04 ng/mL e K 3,2 mEq/L. Após SF 0,9% 2L em 4h: aldosterona 25,1 ng/dL; renina < 0,2 ng/mL. Confirmado o diagnóstico de HP, orientou-se a retirada gradual do KCl e introdução de espironolactona e ACO. A HP é uma síndrome de produção excessiva autônoma de aldosterona, independente do SRAA e não supressível por sobrecarga de Na. Promove HAS, danos cardiovasculares, retenção de Na, supressão da renina plasmática e, eventualmente, hipocalemia e alcalose; sendo possíveis causas: adenoma adrenal, hiperplasia adrenal unilateral ou bilateral e condições hereditárias ou carcinoma adrenal (raros)¹. O diagnóstico é feito pela clínica, exames laboratoriais e de imagem². Neste caso, uma paciente jovem (< 40 anos) com HAS em uso de 3 medicamentos e hipocalemia espontânea fez despertar a hipótese de HP. Posteriormente, achado de massa adrenal e exames laboratoriais na investigação corroboraram esse diagnóstico³. O tratamento foi iniciado com espironolactona a fim de normalizar a pressão arterial e os níveis de K. Sendo a paciente jovem e em idade fértil, introduziu-se também ACO, visto a capacidade da espironolactona gerar alterações fetais na gestação⁴. Evoluiu com controle da PA em uso de enalapril e espironolactona, retirando outros gradualmente.

Considerações Finais: Apesar das preocupações decorrentes de sua fisiopatologia, o HP continua sendo um distúrbio endócrino prevalente, porém frequentemente subdiagnosticado, resultando em atrasos significativos tanto no diagnóstico quanto no subsequente tratamento. Sendo assim, enfatiza-se a necessidade de investigá-lo em casos de pacientes com HAS refratária, idade < 40 anos e hipocalemia.

Referências Bibliográficas: 1. Funder JW, Carey RM, Mantero F, Murad MH, Reincke M, Shibata H, Stowasser M, Young WF Jr. The Management of Primary Aldosteronism: Case Detection, Diagnosis, and Treatment: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2016 May;101(5):1889-916. doi: 10.1210/jc.2015-4061. Epub 2016 Mar 2. PMID: 26934393. 2. Monticone S, Viola A, Tizzani D, Crudo V, Burrello J, Galmozzi M, Veglio F, Mulatero P. Primary aldosteronism: who should be screened? Horm Metab Res. 2012 Mar;44(3):163-9. doi: 10.1055/s-0031-1295409. Epub 2011 Nov 25. PMID: 22120135. 3. John W. Funder and others, The Management of Primary Aldosteronism: Case Detection, Diagnosis, and Treatment: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline, The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, Volume 101, Issue 5, 1 May 2016, Pages 1889–1916, https://doi.org/10.1210/jc.2015-4061. 4. Oliveira, M. I. C. d., Costa, M. E. N. C., Toscano, P. R. P., Tedoldi, C. L. (2009). 6. Fármacos Cardiovasculares Na Gestação E Amamentação. Arq. Bras. Cardiol., 6(93), 120-126. https://doi.org/10.1590/hu s0066-782x2009001300006.

Título: RELATO DE CASO - GENITÁLIA AMBÍGUA EM RECÉM-NASCIDO 46 XY
Autores: ROSE MARIE MUELLER LINHARES , ANA BEATRIZ DOS REIS, ANA LAURA SPILLERE BUDNY, BRENO FRANTZ PEREZ, CAROLINA HUEDEPOHL MARQUES VIEIRA, HELOISA VAN DE SAND HOFFMANN, ISABELA SILVA DE OLIVEIRA CORREA, NATHALIA CARPIN TEIXEIRA, RAFAEL HENKES MACHADO
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Palavras Chave: GENITÁLIA AMBÍGUA; ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICA; DISTÚRBIOS DE DIFERENCIAÇÃO SEXUAL

Descrição: DESCRIÇÃO: DGD, 3 dias de vida, a termo com 38 semanas e 1 dia, parto cesáreo, PIG (44,5 cm) e 2,250 gramas. Ausência de alterações ao exame físico, com exceção da ambiguidade genital (Prader III), sugerindo distúrbio da diferenciação sexual (DDS). Apresentava duas hemibolsas parcialmente fusionadas com orifício perineal, testículo esquerdo palpável no canal inguinal (T2) e ausência de gônada palpável do lado direito, falo de 2,8 cm com calibre aumentado e hiperpigmentação perineal difusa. O USG pélvico evidenciou útero com características preservadas e ovários não visualizados. Foi realizado cariótipo, com resultado 46 XY. Aos 2 meses, realizou-se Teste da Gonadotrofina Coriônica (hCG 5.000UI IM), o qual respondeu com aumento do volume da gônada, do calibre e comprimento peniano e dos níveis séricos de testosterona. Após confirmar a presença de testículo, iniciou-se tratamento com Cipionato de Testosterona (30g IM) aos 5, 6 e 7 meses, para crescimento peniano, obtendo boa resposta. Dessa forma, foi levantada a hipótese de disgenesia gonadal. DISCUSSÃO: A genitália ambígua é um exemplo marcante de DDS, cuja estimativa é de 1 a 2 indivíduos afetados a cada mil nascidos vivos (1). Os elementos-chave para o diagnóstico envolvem a obtenção da história clínica e exame físico detalhados, além de investigações laboratoriais e exames de imagem (2). No período neonatal imediato, todos os pacientes necessitam de cariótipo, e alguns precisam de dosagens de eletrólitos séricos, 17-OH progesterona, testosterona, LH e FSH (3), além de avaliação ultrassonográfica da região pélvica (4). Para crianças 46 XY, o teste de hCG é utilizado para detecção de tecido testicular, para avaliar a função do mesmo. A terapia de reposição hormonal só é iniciada no período da puberdade, se necessário (5), a fim de induzir a puberdade e o desenvolvimento de características sexuais secundárias (6, 7). O plano terapêutico contempla a genitoplastia a partir dos 24 meses, após o desfralde, com posterior reavaliação após a puberdade (8), além de confirmação histológica da gônada à direita por biópsia. Ademais, o potencial para alterações neoplásicas gonadais é aumentado e um acompanhamento completo ou remoção da gônada é recomendado (3).

Considerações Finais: A obtenção do diagnóstico definitivo para um recém-nascido com DDS frequentemente apresenta desafios. O manejo e tratamento desses pacientes, em geral, exigirão esforços de uma equipe multidisciplinar.

Referências Bibliográficas: 1. Parisi MA, Ramsdell LA, Burns MW, Carr MC, Grady RE, Gunther DF, et al. A Gender Assessment Team: experience with 250 patients over a period of 25 years. Genet Med [Internet]. 2007 [citado 25 de junho de 2023];9(6):348–57. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17575501/ 2. Murphy C, Allen L, Jamieson MA. Ambiguous genitalia in the newborn: an overview and teaching tool. J Pediatr Adolesc Gynecol [Internet]. 2011 [citado 25 de junho de 2023];24(5):236–50. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21872773/ 3. Hyun G, Kolon TF. A practical approach to intersex in the newborn period. Urol Clin North Am [Internet]. 2004 [citado 25 de junho de 2023];31(3):435–43, viii. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15313053/ 4. Profeta G, Micangeli G, Tarani F, Paparella R, Ferraguti G, Spaziani M, et al. Sexual developmental disorders in pediatrics. Clin Ter [Internet]. 2022 [citado 25 de junho de 2023];173(5):475–88. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36155734/ 5. Houk CP, Hughes IA, Ahmed SF, Lee PA, Writing Committee for the International Intersex Consensus Conference Participants. Summary of consensus statement on intersex disorders and their management. International Intersex Consensus Conference. Pediatrics [Internet]. 2006 [citado 25 de junho de 2023];118(2):753–7. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16882833/ 6. Birnbaum W, Bertelloni S. Sex hormone replacement in disorders of sex development. Endocr Dev [Internet]. 2014 [citado 25 de junho de 2023];27:149–59. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25247652/ 7. Mendonca BB, Domenice S, Arnhold IJP, Costa EMF. 46,XY disorders of sex development (DSD): 46,XY disorders of sex development. Clin Endocrinol (Oxf) [Internet]. 2009 [citado 25 de junho de 2023];70(2):173–87. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18811725/ 8. Creighton S. Surgery for intersex. J R Soc Med [Internet]. 2001 [citado 25 de junho de 2023];94(5):218–20. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11385087/